Ampliar o acesso a exames e o apoio de médicos especialistas em dermatologia para os casos atendidos na Atenção Primária à Saúde (APS) é um desafio que está sendo superado no SUS. Exemplo disso é a marca alcançada pelo Núcleo Saúde Digital UFSC que ultrapassou 400 mil laudos emitidos por meio da Teledermatologia. Desenvolvida pela UFSC, em parceria com secretarias municipais e estaduais de saúde, a solução é um serviço público de diagnóstico à distância que aumenta a capacidade de resolução de casos na APS, qualifica e organiza as filas de espera, tem potencial para agilizar o atendimento de casos graves e está disponível para todo o território nacional com financiamento do Ministério da Saúde.
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Além do impacto na saúde dos pacientes, a Teledermatologia contribui com a otimização de recursos públicos e com a preservação do meio ambiente. Isso é possível porque o serviço evita deslocamentos desnecessários de pacientes e profissionais. Com o uso de protocolos seguros mediados por tecnologias da informação, é possível realizar e compartilhar exames de imagem diretamente da APS, ou seja, na unidade de saúde mais próxima da casa dos usuários. A emissão de laudos é feita de maneira remota por dermatologistas que avaliam e classificam o risco de cada diagnóstico. Dessa forma, o especialista indica o diagnóstico provável e orienta a priorização do atendimento de casos graves, além de orientar o manejo daqueles que podem ser atendidos na APS, reduzindo o número de encaminhamentos desnecessários aos especialistas e organizando as filas de espera. “Em geral, 40% dos casos com intenção de encaminhamento tem orientação de manejo na APS, e essas pessoas não precisarão ficar na fila de espera e já têm seu tratamento iniciado perto de casa”, destaca Josimari Telino de Lacerda, professora e coordenadora de Telediagnóstico do Saúde Digital UFSC. A coordenadora também explica que “a Teledermatologia possibilita o atendimento oportuno dos casos graves e assegura uma melhor utilização da carga horária do especialista quando inserida no fluxo obrigatório dos encaminhamentos e na regulação do acesso ao dermatologista”.
Para algumas situações em especial, o diagnóstico feito em tempo oportuno significa salvar a vida do paciente. É o caso dos cânceres de pele, principalmente os do tipo melanoma, considerado mais grave pela alta chance de metástase e responsável pela maioria das mortes em decorrência da doença no Brasil. Segundo um levantamento feito pelo Núcleo, entre 2020 e 2024, em Santa Catarina, 31.999 laudos emitidos via Teledermatologia indicaram como hipótese diagnóstica o câncer de pele, sendo que destes, 2.309 eram casos potenciais de melanomas. “O câncer de pele é o tipo de maior incidência no país, especialmente no estado de Santa Catarina, e cerca de 30% dos tumores são malignos. O nosso Núcleo monitora o acesso ao laudo dos casos graves. Caso não seja lido em até 24 horas após a sua emissão, a equipe de apoio entra em contato com o profissional ou gestor para alertar sobre a necessidade de encaminhamento prioritário”, destaca Josimari.
Atualmente, a Teledermatologia do Núcleo Saúde Digital UFSC produz cerca de 7 mil laudos por mês, é a referência nacional escolhida pelo Ministério da Saúde para oferta desse tipo de serviço e está implantado em municípios de 16 estados brasileiros. O projeto é financiado com recursos 100% públicos, sem custos para os pacientes ou para a gestão local (exceto pela aquisição de equipamentos para telediagnóstico, um dos mais baratos para esse tipo de serviço). Para saber mais informações e iniciar a implantação da Teledermatologia na sua região, entre em contato através do e-mail <saudedigital@contato.ufsc.br>.